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Gênero: RPG
Produtora: Tri-Crescendo
Distribuidora: Namco - Bandai
Lançamento: 17/09/2007
Nota: 9,0


Revision
Depois de jogar bastante meia dúzia de RPGs pra Xbox 360 (ou seja, quase todos), o bom errepegista se pega novamente abrindo a caixinha colorida e bonitinha de Eternal Sonata pra jogar mais uma partidinha. Não adianta, mesmo com
Final Fantasy XIII (enoooorme, ui!) ainda dá pra se pegar de vez em quando fuçando o mundo mágico que existe nos delírios da morte de Chopin.


Haja lajotinha coidado do pedreiro virtual que fez isso!

Este é sem dúvida um dos melhores RPGs já lançados, por mais que tudo pareça bonitinho demais, coisa de mulherzinha e tals, a narrativa fantástica, a beleza impar, o som magistral e o sistema de combate frenético e inteligente podem levar até o marmanjo mais Gears-hardcore-ultra-fucker do universo a perder umas horinhas na frente da TV.


"Joga logo essa maçã aí!"

Para os mais ligados às produções, Eternal Sonata é um trabalho brilhante da Tri-Crescendo, uma empresa formada por integrantes da não menos famosa Tri-Ace (Valkyrie Profile, a série Star Ocean e outras pérolas do RPG).

Pra começar, o primeiro impacto surge logo no visual magistral, que utiliza a técnica de cell-shading, que dá ao game um ar de desenho animado e deixa no chinelo um monte de jogos ultrarrealistas que pipocam por aí. Tudo é demasiadamente colorido e suave ao mesmo tempo, e com uma iluminação impecavel, transbordando bom gosto. O design de personagens faz com que você se identifique de cara com cada um deles e lhes dá uma incrivel personalidade, já que todos têm detalhes únicos e caprichados.


Sai fora mané sô do surf! Uhuul foca animal!

O enredo tem lá suas caracteristicas meio clichês, mas parte de uma premissa única: os delírios do músico Frédéric Chopin em seu leito de morte. Logo de cara a gente conhece Polka, uma menina doce que vende remédios naturais (cumê, cagá, vivê, fumá são as leis da natureza e ninguém vai podê mudá!) pra sustentar a si e sua mãe.


Se isso não é debaixo d'água, esse peixe tem asas!

O negócio é que a menina é tratada com desprezo e medo pelo povo por ser usuária de (!) magia, coisa que no mundo deles significa ter uma doença que causa morte iminente. Polka acaba por conhecer o próprio Frédéric Chopin, o Freddie para os mais chegados, outro que pode utilizar magia, só que Freddie (ó, sou chegado do cara!) tem consciência de que tudo não passa de um sonho seu, enquanto Polka quer provar a ele que tudo é real. Eles se unem a Beat e Alegretto, dois meninos que vivem nos esgotos dando uma de Robin Hood.


Brincando de Zelda

Quando descobrem que o rei criou um remédio mineral mais barato e eficiente do que o de ervas, o povo que vivia da venda das ervas passa a ter dificuldades, só que o tal remédio mineral não é exatamente um remédio, e um grupo de insurgentes se une para deter o rei safado e salvar o mundo (como sempre) e, é claro, Chopin não ia ficar fora dessa (já que ele é o principal né?).

Todos os personagens têm nomes ligados à música, como Jazz, Viola e outros do elenco robusto. O bacana é que entre os capítulos sempre passa um trechinho de história que conta fatos da vida real do compositor e mescla com maestria esses fatos com consequências no mundo imaginário de Chopin.



Que bela constatação a do senhor aí

Na parte sonora, outro trabalho magistral, já que em se tratando de um grande nome da música, o trabalho tem que ser bem feito né? É Chopin, cacete! Muitas das músicas são criadas com base das trilhas do compositor e outras são inéditas, mas todas acabam sendo muito bacanas. A dublagem americana é excelente, acima da média até pra alguns blockbusters.


Todo jogo tem influências de LOST agora

É na jogabilidade que se esconde o maior trunfo do game. O sistema é simples: os monstros andam no cenário e, ao encostar neles, você vai pra tela de batalha, lá o combate rola em turnos, mas de uma forma levemente diferente. A Tri-Crescendo mesclou um pouco o sistema de combate de Star Ocean com novidades estratégicas. Primeiro os comandos básicos: um botão ataca, um defende, um usa magias e outro itens. Os botões de ombro servem pra navegar entre os itens. A movimentação no campo de batalha é totalmente livre.


"Chegaí, Zé Gotinha do capeta!"

Uma barra na esquerda da tela conta o tempo que você tem pra se mexer no turno. No começo, a barra so diminui a cada movimento, conforme o level vai subindo, a ela fica maior, mas depois passa a diminuir direto após o primeiro movimento, até que por fim ela começa a diminuir logo que o turno começa. Essa "evolução" da barra de tempo permite que você se acostume com o sistema de batalha conforme a dificuldade avança e seus persogens evoluem pra aguentarem o tranco.


Isso é um combate ou um circo de aberrações?

O sistema de magia também tem um toque bacana, nele você equipa seus personagens com duas habilidades no menu de status, uma para as sombras e outra para a luz, e é aí que está o lance: dependendo se seu personagem está na luz ou nas sombras, seu ataque será diferente. Outro lance que se deve se prestar atenção é que a partir de um certo nivel da barra de batalha, um contador de combos surge, aí ataques normais vão enchendo a barra conforme são aplicados até você desferir um ataque especial. Dependendo de quantos pontos de combo que você tiver, o ataque ou magia sai mais forte, como por exemplo uma magia de cura individual passa a curar os persongens próximos. O bacana é que a barra é cumulativa na mesma batalha, o que te permite enchê-la e usar no turno de outro personagem.


Visitando o esgoto de Gotham City antes de ele ficar sem luz!

Agora, não pense que só sua magia muda de acordo com luz e sombras, a dos monstros também! Uma inofensiva cebola de meio palmo pode virar um monstro-cebola gigante nas sombras, com defesa aumentada e ataque muuuuuito mais forte. Aí resta atrair o bicho pra luz pra diminuí-lo e ter uma chance maior de vitória, mas é claro que bichos mais fortes te dão mais experiência, então cabe a você avaliar a situação.


"Porra a baguete dele é maior que a minha!"

Eternal Sonata é uma das melhores experiências de RPG no mercado atual, tanto que mesmo depois de um ano acabou recebendo uma versão expandida no PS3, o que gerou muitas controvérsias entre os fãs do xiboquinha. Mesmo quem tem Final Fantasy XIII pra jogar, vale a pena dedicar um tempinho a este ótimo RPG. Os gráficos fofuchos podem espantar, e o enredo com alguns clichês básicos podem dar uma quebrada no ritmo às vezes, mas deixar de jogar essa pérola por esses motivos banais é bobeira. Soa quase como deixar de jogar Gears por que Damnation é um lixo. Pontaço pra Tri-Crescendo e expectativas em alta, já que uma possível continuação foi anunciada.

Prós e Contras
- Gráficos Uper!
- Sistema de batalha inteligente e dinâmico
- Personagens e trilha sonora extremamente carismáticos
- Dificuldade evolui na medida
- Game = cultura!
- Viola é show!

- Fofucho demais talvez?
- Ainda tem clichês de enredo
- Um jogo tão bonito só tem uma imagem de conquistas?


Vídeo




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